O YouTube criou o The YouTube Reporters' Channel, um canal que mostra vídeos com dicas de como usar as novas e velhas ferramentas da profissão para apurar e transmitir as informações.
Fiquei sabendo pelo blog do Tiago Doria, que considerou a inicitaiva um avanço. Para ele, "Simplesmente fornecer espaço para a audiência enviar conteúdo e participar da produção de conteúdo de nada adianta muito. É necessário melhorar a qualidade dessa participação". Concordo inteiramente. Mas acho que o ponto mais importante ele não abordou. Vamos lá.
Jornais estão fechando, a internet está transformando receptores de informação em transmissores de informação e estudar em uma faculdade de jornalismo não é mais necessário para excercer a profissão. E no meio disso tudo, o que essse canal do YouTube é? A faculdade de jornalismo 2.0, dos jornalistas não diplomados, que no caso, é qualquer um que tenha acesso a um computador.
No profile do canal, essas pessoas são chamadas de "Citizen reporters on YouTube", os cidadãos repórteres. Parece que o jornalista, antes no esteriótipo: chapéu, bloco e caneta na mão quando na rua e uma máquina de escrever à sua frente quando na redação, se confunde cada vez mais com o gordinho nerd que não sai da internet. Isso não é ruim, na verdade é ótimo. Sempre é bom lembrar o caso do Irã. A imprensa foi proibida, mas os cidadãos, munidos de celulares com câmeras, blogs e twitters, mostram o que acontecem, estão ao lado dos fatos transmitindo o que veem.
Mas vale salientarmos uma diferença básica: o cidadão comum tem todas as ferramentas para flagrar um episódio e mostrá-lo. No entanto, isso não faz dele um jornalista. Esse sujeito da mídia, com seu chapéu, bloco de notas e máquina de escrever, sabe como transformar o flagrante em uma notícia, indicando dados complementares, mostrando os vários lados da questão, deixando os fatos claros para o receptor e acima de tudo, apurando cuidadosamente as informações.
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